Delineando uma proposta de intervenção- Diversidade e Cultura Inclusiva.

Atividade referente ao curso realizado pela UNESP REDEFOR- EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA. Disciplina: Diversidade e Cultura Inclusiva.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vídeo sobre as diferenças

Um vídeo muito emocionante!

Curta Metragem "Ninguém é Igual a Ninguém"


 O curta participou da III Mostra de Curta Metragem na cidade de Novo Hamburgo-RS e foi apresentado no cinema da cidade. 

domingo, 29 de junho de 2014

Que tal contar historias infantis com princesas deficientes?

Artista desafia padrões de beleza das princesas da Disney

Com o intuito de desafiar o retrato da mulher ideal e os padrões de beleza impostos pela Disney, o artista Alexsandro Palombo criou uma poderosa série de desenhos, que ilustra como seriam as princesas se tivessem necessidades especiais.
Disabled Disney princess pricessess  Snow White Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Ao site Huffington Post, o artista que há dois anos desenvolveu um tipo raro de câncer e com isso teve tem parte do corpo paralisado, diz ter buscado inspiração em sua própria condição. “Hoje, eu sou deficiente físico, e todos os dias eu preciso lidar com diversas formas de discriminação e humilhação. Então, com essa série, decidi dar mais visibilidade a esse problema. Eu acho que as pessoas com deficiência não atendem ao estereótipo de beleza definido pela Disney. E a minha mensagem é que elas também têm direitos e fazem parte do mundo”, contou.
Em seu blog ele passou, então, a publicar diferentes desenhos que traziam, por exemplo, a Branca de Neve como cadeirante, a Pocahontas utilizando muletas, a Cinderela cm prótese e Jasmine sem os dois braços. “Eu acho que eles deveriam considerar que existem muitas pessoas com deficiência no mundo, isso é um fato”, finaliza.
Disabled Disney Princess Ariel The Little Marmaid Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney Princess Tiana Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney Princess Aurora The sleeping beauty  Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney Princess Belle Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Cinderella All access for all  Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Cinderella Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Cinderella prosthesis shoes Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Jasmine Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Mulan Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney princess Pocahontas Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney princess Snow White and animals Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney princess Snow White and Prince Charming Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney princess Snow White and Prince Charming Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Human Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

Disabled Disney princess Snow White Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo
Disabled Disney Princess Tiana Disabled Disability Equal Rights Wellchair Health Art Campaign ADV Cartoon Painting Portrait Illustration Sketch Humor Chic by aleXsandro Palombo

terça-feira, 20 de maio de 2014

Gestão democrática e participativa: relatos das possibilidades

 Gestão democrática e participativa: relatos das possibilidades

A EE Architiclino Santos-Prof., a qual faça parte, possui uma gestão democrática e participativa. Um dos exemplos que posso relatar é a realização a cada bimestre do Conselho de Classe Participativo. Esse conta com a presença e participação dos pais, alunos, professores e gestores. É um momento de reflexão e levantamento de problemas enfrentados pelo grupo escolar. 
Tal Conselho tem sido um diferencial na nossa escola, pois tem propiciado uma maior participação efetiva de todos os atores que estão direta ou indiretamente ligados ao ambiente escolar.
Os horários e datas dos conselhos de cada bimestre são divulgados no blog da escola:

http://eearchiticlinosantos.blogspot.com.br/2014/04/conselho-participativo-do-1-bimestre.html


É muito produtivo a realização desse tipo de Conselho, já que torna a nossa escola mais democrática e participativa permitindo com que todos tenham voz e busquem uma educação de qualidade.

(Atividade solicitada no curso de especialização em Educação Especial: Deficiência Física- UNESP-REDEFOR)


quinta-feira, 27 de março de 2014

Motivação para a proposta de intervenção.

"Entender o outro enquanto diferente não significa aceitar que ele difere de nós, mas sim buscar alternativas para nos comunicarmos, promovendo interação e desenvolvimento coletivo (RODRIGUES; MARANHE, 2010).
Nossas crenças sobre deficiência e diferença definem as relações que estabelecemos com
as pessoas. Você acredita que a deficiência causa limitações? Quais são os direitos das pessoas
que têm alguma deficiência?"

Pensando nessas indagações e no curta-metragem Cuerdas,  surgiu o tema da minha proposta de intervenção para a disciplina Diversidade e Cultura Inclusiva: As cordas que nos unem para uma escola melhor. Pois, não conseguimos uma escola inclusiva se não começarmos um trabalho de reflexão e conscientização entre docentes e alunos.






Referência: Fundamentos históricos e conceituais da Educação Especial e inclusiva: 
reflexões para o cotidiano escolar no contexto da diversidade. 
Disponível em http://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/155246/1/unesp-nead_reei1_ee_d01_s03_texto02.pdf



sexta-feira, 21 de março de 2014

PROJETO DE INCLUSÃO DIGITAL - TECNOLOGIA ASSISTIVA

De acordo com a disciplina Diversidade e Cultura Inclusiva, do curso REDEFOR Educação Especial e Inclusiva, realizado pela UNESP. Escolhi dentre os blogs sugeridos o chamado Inteligência Artificial, o qual possui uma postagem muito interessante sobre um projeto de inclusão digital- tecnologia assistiva, realizado no ano de 2008 pela APAE de Penápolis.

Como essa temática está totalmente relacionada com o que abordo nessa página, achei que seria muito válido compartilhar aqui esse projeto de sucesso:

http://inteligenciaartificail.blogspot.com.br/2012/06/projeto-de-inclusao-digital-tecnologia.html

"A Educação personalizada como ferramenta imprenscidível para atender a Diversidade na sala de aula."

De acordo com a disciplina Diversidade e Cultura Inclusiva, do curso REDEFOR Educação Especial e Inclusiva, realizado pela UNESP. Escolhi dentre os blogs sugeridos um em espanhol, chamado Atención a la diversidad e inclusión. Nele me chamou atenção um artigo intitulado: “La Educación personalizada como herramienta imprescindible para atender la Diversidad en el Aula” escrito por  Alba García, o qual trata da inclusão educativa. Logo, o mesmo aborda um tema do nosso interesse e que vale a pena compartilhar alguns trechos interessantes aqui no blog.
O texto original encontra-se em espanhol, porém o traduzi ao português para facilitar a compreensão e interação de colegas e visitantes desse blog.

[...]
4. A inclusão educativa
 Entre os princípios gerais da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência se encontram a igualdade de oportunidades e a acessibilidade; a participação e inclusão plena e efetiva na sociedade; a não discriminação e o respeito pela diferença, entre a qual se encontra o respeito pela evolução das faculdades das crianças com diversidade funcional; a aceitação destas pessoas como parte da riqueza e condição humanas; assim com o respeito a sua dignidade, autonomia individual, e independência (UN, 2006; Art. 3).
Todos estes aspectos, que deveriam ser inerentes a qualquer sistema educativo e precisamente impensável o fato de vulnerá-los, resultam ser, porém, excepcionais em nossas escolas.
O movimento de inclusão educativa vem a juntar todos estes direitos, descritos com frequência por especialistas e profissionais do ensino como difícil avance, como uma utopia tendo em conta situação da qual partimos. Y é certo que é necessário romper barreiras (físicas, mentais, conceituais, sociais), porém também não se trata de uma mera convecção social nem de uma tendência passageira. Os princípios gerais marcados pelas Nações Unidas têm de ser a base na qual todo sistema educativo deve sustentar-se.
Em definitiva, as escolas inclusivas são aquelas que desenvolvem metodologias e técnicas docentes que ajudam a oferecer uma adequada resposta as características individuais de todos os alunos, se baseando precisamente em suas diferenças e destacando sua igualdade. Assim, recusam o enfoque educativo tradicional baseado na homogeneidade e que beneficia tão somente a uns poucos estudantes. Este tipo de centros educativos são escolas para todos, onde cada aluno, independentemente de suas dificuldades, tem espaço e receberá a atenção educativa que merecem como pessoas com iguais direitos. Assim favorecem o desenvolvimento de atitudes de respeito e valorização das diferenças, que constituem a base para a construção de uma sociedade mais justa e imparcial.
Santos Guerra (2006) ilustra bem este significado através de uma fábula que faz alusão direta à escola para todos, a escola inclusiva. Nela, conta que uma vez os animais de um bosque decidiram criar uma escola na qual o currículo consistia em correr, escalar, nadar e voar, devendo todos os alunos-animais realizar a cada uma delas. O pato era um estudante excelente em natação, inclusive superior ao seu professor, porém em voo tirou nota vermelha e na corrida ficou de recuperação, tendo que ficar para praticar depois da aula e abandonar a natação. Com o tempo, seus pés membranosos se desgastaram de tanto correr e passou a ser um aluno medíocre em natação. Porém a velocidade era aceita na escola e ninguém se preocupou com o fato, exceto, naturalmente o pato. Neste mesmo âmbito a lebre era um estudante nota dez, porém sofreu um colapso nervoso por realizar exercitações em natação. Por sua parte, o esquilo se destacava em escalar, até que apresentou um quadro de frustação na disciplina de voo, na qual seu professor lhe obrigava a começar desde o chão, em vez de fazê-lo desde a copa de uma árvore.
Assim, e devido ao esforço em excesso, ficou doente de câimbras e a sua nota em escalada foi 6 e com 4 em corrida. Nesta matéria de escalada quem se destacou era a águia, que recebeu más notas em conduta por teimar em subir até em cima da árvore a sua maneira e lhe tacharam de aluna problemática.
Ao chegar o fim do curso, a águia, que sabia correr, escalar e voar levemente, e nadava de forma extraordinária, obteve notas altas e a medalha de melhor estudante.
Quem não teve em sua turma um pato, uma águia, uma lebre. O raro é encontrar com uma águia. O aluno nota dez, não existe, pelo que não podemos dedicar nossos esforços a trabalhar para “a média” da sala, nem fácil nem difícil, nem autônomo nem cooperativo... Não pode existir “café para todos”. Porém, isto é que sucede, por infelicidade, na maioria das escolas, onde, como bem indica esse autor, “se tem vivido a diferença como uma cicatriz, não como um valor. Tem buscado a homogeneidade como uma meta e, ao mesmo tempo, como um caminho. Os mesmos conteúdos para todos, as mesmas explicações para todos, as mesmas avaliações para todos, as mesmas normas para todos. Curiosamente, se buscava na justiça o fundamento dessa uniformidade. “Sem cair na conta de que há maior injustiça que exigir o mesmo a quem são tão diferentes” (Santos Guerra, 2006: 10).
Se não tomamos as medidas oportunas, se não fazemos uma escola para todos, onde exista uma igualdade de oportunidades efetiva e se repetem as diferenças, entendendo-as como uma riqueza e não como um lastre ou um aspecto a ser evitado, o pato se amargará na escola, desnaturalizando-se, nadando pior, comparando-se com os que escalam e voam, sentindo-se infeliz e aprendendo inclusive em ridicularizar a aqueles que nadam pior que ele. O pato, em definitiva, se converterá em uma vítima destinada a viver sobre as atitudes de lástima e discriminação típicas da sociedade o dilema das diferenças.

5. O dilema das diferenças
Se seguirmos este exemplo, fica claro que devemos tomar as diferenças como uma riqueza e dirigirmos em direção a uma cultura da diversidade que não consista no domínio das culturas minoritárias às condições que lhes imponha a cultura hegemônica, obrigando-as integrar-se baixo um prisma baseado na tirania da normalidade (López Melero, 2001). É que necessário lutar ao lado contrário, e exigir que seja a sociedade que modifique por completo seus comportamentos e atitudes em relação as pessoas com diversidade funcional, perseguindo uma verdadeira cultura da diversidade que entenda esta desde sua vertente mais positiva e enriquecedora.
Assim, podemos falar do dilema das diferenças individuais, vinculado à valorização que fazemos da diversidade humana (diferenças de gênero, capacidade, procedência, identidade, culturas, classe social etc.) e ao fato de tratar de oferecer a todo o alunado uma igualdade de oportunidades efetiva em sua aprendizagem e em sua participação escolar, como uma educação de qualidade dentro de um marco comum, inclusivo e compreensivo (ITE, 2009).
Segundo certos autores, avançar em direção uma resposta educativa de qualidade para todos os alunos supõe por em ação os princípios da educação inclusiva, procurando analisar e compreender os dilemas que esta oferece. Entre eles, cabe destacar que os sistemas educativos se encontram sujeitos a um dobro e contraditória exigência, baseada na necessidade de oferecer uma educação comum para todos os alunos e, ao mesmo tempo, reconhecer suas necessidades individuais de aprendizagem e ser capazes de ajustar-se a elas de uma forma apropriada (López, Echeita y Martín, 2010).
Oferece uma resposta educativa que se adapte as diferenças individuais supõe em si mesma um dilema, já que para leva-la adiante é necessário fazer uso de determinadas alternativas no currículo (que não escolher um currículo alternativo) e fomentar uma série de experiências e metodologias que se adequam a elas, diferindo do marco curricular comum, porém a sua vez entroncando-se nele para guiar-se pelos princípios de inclusão e igualdade de oportunidades.
Como bem define Marchesi, o objetivo principal não consiste já em “fazer possível que os alunos ‘diferentes’ acedam ao currículo estabelecido para a maioria dos alunos, mas sim voltar a pensar o currículo estabelecido para assegurar uma maior igualdade entre todos eles e o respeito a suas características próprias” (2001:150).
Pujolàs (2004) o refletia muito bem com sua parábola do convidado a jantar, na qual conta como uma professora de pedagogia, falando com seus alunos, comparou a um professor com um homem de uma cidade que uma vez se encontrou com um velho amigo ao que não via há muito tempo, e que, como tinha previsto celebrar um jantar ao dia seguinte com um grupo de amigos que tão pouco sabiam nada dele já fazia muitos anos, o convidou a jantar. Como o homem era um grande cozinheiro, lhes preparou uma janta esplêndida, mas logo se deu conta de que seu velho amigo tinha que ter muito cuidado com o que comia e que, seguramente, não podia comer nada do que tinha preparado com tanto esmero. Telefonou-lhe em seguida, explicando-lhe o sucedido e dizendo-lhe que lamentava muito, porém que o melhor seria que não fosse ao fosse ao jantar e eu já se veria quando celebrasse outro. Naquela mesma cidade, outro homem se viu com o mesmo problema. Tinha preparado um jantar maravilhoso para seus companheiros e tinha convidado a um antigo amigo conhecido de todos com o que havia se encontrado dias antes. Tudo ia bem até que um de seus companheiros lembrou-se que este velho amigo não podia comer de tudo. O homem, que tinha se esquecido por completo disso, correu e ligou para seu amigo para pergunta-lhe se seguia tendo o mesmo problema com a comida e dizer-lhe que não se preocupasse e viesse de todos modos, já que ele lhe prepararia algo diferente. Curiosamente, a um terceiro homem da mesma cidade também lhe sucedeu o mesmo, e quando já tinha tudo a pronto para a janta, se lembrou de que seu velho amigo tinha que seguir uma dieta restrita. Então com toda a pressa e, sem dizer nada a ninguém, guardou no congelador todo o que havia preparado, e trocou o cardápio de forma que todos pudessem comer o mesmo. Depois de contar essa historia, a professora de pedagogia da parábola perguntou a seus alunos qual destes três comensais de última hora devia sentir mais cômodo e incluso no jantar, respondendo estes sem duvidar que o terceiro. Assim, aproveitou para explicar-lhes que “uma escola seletiva só quer que aqueles discípulos que pode comer cardápio que tem preparado de antemão: um currículo prefixado. Por outro lado, uma escola inclusiva é muito diferente. Nem se que se conforma com preparar um cardápio especial- um currículo adaptado- para um estudante que tem problemas para comer o cardápio geral, é dizer, o currículo ordinário, gera. Uma escola inclusiva é aquela que adequa o cardápio geral para que todo o mundo possa comê-lo, para que seja um currículo comum” (Pujolàs, 2004: 16-17).

Quando eu mesma utilizei esta parábola na aula para debater com meus alunos sobre o processo de inclusão educativa, expliquei aos estudantes que o primeiro comensal, a quem convidam a não compareceu ao jantar com os seus demais companheiros, podia ser comparado ao sistema da Educação especial; o segundo caso, no que o comensal come algo distinto ao resto, podia comparar-se ao processo de integração, e inclusive se fosse sentado em uma mesa à parte para que seus alimentos não se contaminassem com os dos outros, podia assemelhar-se às aulas de educação compensatória; enquanto que no terceiro exemplo, no qual todos podem comer o mesmo sem nenhuma diferença evidente, se poderia identificar como a educação inclusiva. Porém, como bem indica esta parábola, não se trata de atender-lhes individualmente afastando-lhes do resto de seus companheiros, nem de tratar-lhes de forma diferente aos demais. Ainda que seja uma opção muito mais complexa de levar adiante devido as medidas econômicas e formativas que comporta, é a que implica uma verdadeira justiça social na aula, supondo uma inclusão e igualdade de oportunidades efetivas. Assim, uma escola inclusiva deve ser capaz, toda ela (estrutural, espacial, metodológica, legislativa e curricular; moral, ética e pessoalmente; a nível macro e micro; a nível de valores, de compreensão, de execução, de planejamento, de avaliação de recursos; de mudanças e melhoras; etc.), de adaptar-se às necessidades de CADA menino e CADA menina, enquanto pessoas com sua plena dignidade e direitos.

[...]

7. Plano universal de aprendizagem


[...] é necessário elaborar um Plano Universal de Aprendizagem no qual o currículo se encontre intencionalmente e sistematicamente planejado desde o início para tratar de satisfazer as diferenças individuais. Os avances tidos tanto em tecnologia como nas ciências da aprendizagem tem feito possível que o currículo possa de maneira mais fácil e efetiva na prática, adequando-se às necessidades de cada um dos alunos, respondendo, por tanto, à diversidade existente na aula.
Para isso, o Plano Universal da Aprendizagem teria em conta três princípios orientadores da prática educativa para fazer acessível o currículo a todos os alunos (CAST, 2008):

• Principio 1: (que aprendemos). Proporcionar múltiplos meios de representação para dar resposta aos diferentes modos em que os alunos percebem e compreendem a informação que se lhes presenta, oferecendo distintos canais de percepção (auditiva, visual, motriz…) y proporcionando a informação em um formato que permita ser ajustado o mais possível pelo aluno (texto que possa aumentar ou ser executado de forma audível, sons que possam amplificar-se, etc.).

• Principio 2: (como  aprendemos). Proporcionar múltiplos meios para ação e a expressão com o fim de responder as diferentes formas em que os estudantes aprendem, tem acesso ao conhecimento e expressam o que sabem. Resulta necessário oferecer variadas opções para a ação física (por meio de materiais com os que todos os alunos possam interagir e que tenham em conta os meios para a comunicação, as ferramentas para a composição e para a solução de problemas e a estrutura de prática e o funcionamento) e procurar opções para as funções executivas (através da estimulação do esforço, do interesse e da motivação em direção a uma meta, guiando o estabelecimento efetivo de objetivos, que apoiem o planejamento e as estratégias de desenvolvimento, que facilitem a gestão da formação e os recursos, e que melhorem a capacidade de seguimento dos progressos).


• Principio 3: (por que aprendemos). Proporcionar múltiplos meios que correspondam aos diferentes modos em que os alunos se sentem implicados, interessados e motivados pela aprendizagem, oferecendo um leque de estratégias e alternativas suficiente para provocar interesse (que aumente a eleição individual e a autonomia, que ressaltem a pertinência, o  valor e a autenticidade, e que reduzam as ameaças e as distrações), para sustentar o esforço e a constância (que aumentem a importância das metas e objetivos, que variem os níveis de desafio e de apoio, que fomentem a colaboração e a comunicação, e que ampliem a avaliação e retroalimentação formativa), e para a auto regulação ( que orientem o estabelecimento de objetivos pessoais e expectativas, que apoiem a tarefa frente às estratégias de afrontamento, e que desenvolvam a auto avaliação e a reflexão).

Em definitiva, o Plano Universal de Aprendizagem se adeque ao objetivo que explica  Marchesi
(2001), anteriormente citado, e que guarda uma estreita relação com a educação personalizada: nossa meta não deve ser conseguir que os alunos com necessidades específicas de apoio possa ter acesso ao currículo oficial, mas sim repensar esse currículo para oferecer uma resposta adequada às necessidades educativas de cada um dos nossos alunos, respeitando em todo momento seus gostos, interesses, desejos e sua própria identidade.

Artigo disponível em: http://www.atenciondiversidadinclusion.blogspot.com.br/, em 22/03/14.
Tradução ao português Melo, Uilma.


domingo, 16 de março de 2014

Escolas inclusivas

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola (UNESCO, 1994, p.11-12).